Resumo

“A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida”

(Vinícius de Moraes)



Coloco aqui meus encontros e desencontros de conceitos, desejos, sonhos, princípios e pensamentos.

Não há em meus textos NENHUMA intenção política e religiosa.

Muito menos de ofender alguém.


8 de junho de 2010

“Você vai aprender que os 40 (anos) são os novos 20.” *


  Chegar aos 40 é olhar para trás e ver como o tempo passou rápido. É perceber que a idade provavelmente não dobra, coisa que era óbvia aos 20. É ver que a bunda deu uma leve caída, algumas linhas de expressão (para não dizer rugas) apareceram junto com os cabelos brancos.
 Sem querer, nos pegamos pensando que daqui a pouco chega a menopausa (cruzes), e mais um pouco tem um pirralho nos chamando de vó.
  Começa o divisor de águas nessa época (digo 40 como ponto de referência, às vezes acontece um pouco antes ou um pouco depois), corremos para a academia, nos entregamos a massagens torturantes, gastamos tubos de dinheiro com cremes que prometem milagres, mesmo sabendo que dá uma disfarçada, mas não resolve. O tempo e a gravidade são implacáveis.
  É mais comum nessa época começarmos a tomar decisões importantes, fazer grandes mudanças, como acabar com o casamento infeliz, ter um ou mais um filho, não ter o primeiro ou mais outro, retomar os estudos ou se especializar na nossa profissão, pesar tudo, o que nos faz feliz ou não, jogar coisas no lixo, seja objetos ou sentimentos. 
  Olhando para trás percebemos que não somos mais inconsequentes, mas ainda temos a mesma disposição para começar e recomeçar, a cabeça é jovial com a segurança que a vida nos trouxe.
  Estamos cientes de quem realmente são nossos verdadeiros amigos, que não existe amor eterno e nem príncipe encantado, estamos resolvidas ou nos resolvendo sexualmente, sabemos o que realmente queremos e com quem queremos.
  Fingimos que estamos acreditando em conversar fiadas, toleramos pequenos deslizes de quem nos rodeia porque se estressar dá rugas.
  Muitos tabus vão por água abaixo, da noite para o dia, muitos conceitos se tornam superficiais.
  É uma fase complicada, pensamos, caramba, como perdi tempo com tanta bobagem. Mas ao mesmo tempo é gratificante se permitir mudar sem medo.
  Uns dizem que é a idade da loba, é mais ou menos isso, farejamos a presa, quietas, quase invisíveis, e quando menos se espera partimos para o ataque, não estou falando só de relacionamento amoroso, é para tudo, trabalho, estudo, saúde, amigos, tudo tem que ser numa velocidade frenética, o tempo corre contra nós.
  As rugas serão mais evidentes, nos cobriremos mais com roupas, assistiremos mais novelas, não dará para usar saltos, antes que isso aconteça de vez, partimos para a luta, sem a menor preocupação do que vão pensar.
  Essa mudança é necessária, é a época do vai ou racha. É o ciclo natural da vida, somos bebês, viramos meninas, adolescentes cheias de dúvidas, adultas indecisas, mulheres decididas e mais tarde senhoras felizes com todos as delícias e as dores dessas transições.
  Dia dos Namorados chegando, uma parte da alcatéia vai preparar uma performance para esse dia e a outra que está sozinha (mas nunca solitária), vai levar o dia numa boa, sem frustrações.
  Afinal, os 40 são realmente os novos 20.
  *  Frase retirada de um seriado do canal Sony.