Resumo

“A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida”

(Vinícius de Moraes)



Coloco aqui meus encontros e desencontros de conceitos, desejos, sonhos, princípios e pensamentos.

Não há em meus textos NENHUMA intenção política e religiosa.

Muito menos de ofender alguém.


23 de dezembro de 2010

Tati Bernardi

Cadê a tampa da minha panela, o chinelo do meu pé cansado, a metade da minha laranja?


Tá em ebulição, vazando, transbordando, e nada da tampa da panela pra socorrer a lambança. É culpa da pressão que eu ponho em tudo isso? É o que dizem: desencana que uma hora ele aparece.
 
O pé cansado já tentou calçar (à força) do chinelão que descola as tiras ao sapatinho de cristal. Nenhum serviu e o coitado tá todo esfolado.
   
Ninguém pra descascar, chupar ou fazer uma laranjada. Em compensação, laranjas na minha vida não faltam. E chega! Há anos peço o príncipe e só me mandam o cavalo.
 
Fim de ano sem amar é deprê, hein? Tô megera o suficiente pra ver uma família feliz no shopping e pensar que aquela instituição "image bank" não passa de uma união solitária de aparências. Tô megera o suficiente pra furar a fila do Papai Noel e pedir um pirulito, bem grande, bem grosso, bem exclusivamente apaixonado por mim.
 
Tô megera o suficiente pra abraçar os veadinhos do trenó em homenagem aos meus ex-casos. Tô megamegera o suficiente pra não admitir minha carência e dar uma risada debochada de todas as luzes, canções e emoções de boas-festas.
 
Tá, mas no especial do Roberto Carlos não vai dar pra ser megera. O filho da mãe sempre me faz chorar. É impressionante como a gente se sente sozinha na porra do especial do Roberto Carlos.
 
É claro que eu desejo o meu sucesso profissional, dinheiro, saúde, ..., mas nada de atacar para todos os lados nas simpatias deste réveillon. Não dá certo. Este ano vou focar no amor: calcinha vermelha, fitinhas vermelhas e as sete ondas vão ser puladas com a mão no coração (se eu usar a frente-única branca que comprei, é bom que a mão no coração já segura um peito) e uma só intenção: encontrar o danado.
 
Ah, sejamos sinceras mulheres modernas: no fundo, no fundo, a gente quer mesmo é alguém pra dormir protegida no peito (de preferência largo, forte e levemente cabeludo).
E nem é medo de ficar pra titia não, além de ter cara de mais nova e ser bem nova, eu sou filha única. É vontade de sentir aquela coisinha misteriosa de "é esse!". Como será sentir isso? Eu sempre sinto que "pode ser esse, ou talvez com algumas mudancinhas possa ser esse ou talvez se ele quisesse, poderia ser esse...". Não, isso tá errado. Quero sentir que "é esse".
 
Dizem que materializar os sonhos escrevendo ajuda, então lá vai: quero transar com beijo na boca profundo, olhos nos olhos, eu te amo e muita sacanagem, quero cineminha com encosto de ombro cheiroso, casar de branco, ser carregada no colo, filhos, casinha no campo com cerquinha branca, cachorro e caseiro bacana. Quero ouvir Chet Baker numa noite chuvosa e ter de um lado um livrinho na cabeceira da cama e do outro o homem que amo.
 
Quero sambão com churrasco e as famílias reunidas. Quero ter certeza, ali no fundo da alma dele, de que ele me ama. Quero que ele saia correndo quando meu peito amargurado precisar de riso. Que ele esqueça, de vez em quando, seu lado egoísta, e lembre do meu. Que a gente brigue de ciúmes, porque ciúmes faz parte da paixão, e que faça as pazes rapidamente, porque paz faz parte do amor. Quero ser lembrada em horários malucos, todos os horários, pra sempre. 

Quero ser criança, mulher, homem, et, megera, maluca e, ainda assim, olhada com total reconhecimento de território. Quero sexo na escada e alguns hematomas e depois descanso numa cama nossa e pura. Quero foto brega na sala, com duas crianças enfeitando nossa moldura. Quero o sobrenome dele, o suor dele, a alma dele, o dinheiro dele (brincadeira...). Que ele me ame como a minha mãe, que seja mais forte que o meu pai, que seja a família que escolhi pra sempre. Quero que ele passe a mão na minha cabeça quando eu for sincera em minhas desculpas e que ele me ignore quando eu tentar enrolá-lo em minhas maldades. Quero que ele me torne uma pessoa melhor, que faça sexo como ninguém, que invente novas posições, que me faça comer peixe apimentado sem medo, respeite meus enjôos de sensibilidade, minhas esquisitices depressivas e morra de rir com meu senso de humor arrogante. Que seja lindo de uma beleza que me encha de tesão e que tenha um beijo que não desgaste com a rotina. Que a sua remela seja sequinha e não gosmenta e que o tempo leve um pouco de seu cabelo (adoro carecas...). Que suas escatologias não passem de piada e se materializem bem longe de mim. Tem que gostar de crianças, de cachorrinhos, da minha mãe, e tem que odiar ver pessoas procurando comida no lixo. Tem que dançar charmoso, ser irônico, ser calmo porém macho (ou seja, não explodir por nada mas também não calar por tudo). Tem que ser meio artista, mas também ter que saber cuidar dos meus problemas burocráticos. Tem que amar tudo o que eu escrevo e me olhar com aquela cara de "essa mulher é única".
 
É mais ou menos isso. Achou muito? Claro que não precisa ser exatamente assim, tintim por tintim. Exigir demais pode fazer eu acabar sozinha em mais shows do Roberto Carlos. Deus me livre! Bom, analisando aqui, dá pra tirar umas coisinhas. Deixa eu ver... Resumindo então: tem que dizer que me ama e me amar mesmo, tem que rolar umas sacanagens e não pode ter remela gosmenta. Pronto!
 
E quando eu tiver tudo isso e uma menina boba e invejosa me olhar e pensar que "aquela instituição feliz não passa de uma união solitária de aparências" vou ter pena desse coração solitário que ainda não encontrou o verdadeiro amor.
 

11 de dezembro de 2010

Amplidão

Deixa eu te guardar, a casa é sua
Faz em mim teu lar, me reconstrua
Queira me habitar onde eu me escondo
Faz deste lugar só seu no mundo
Eu quero ser onde você sossega a alma
E chora e ri
E encontra a calma pra sonhar, sem dormir
Vem acender as luzes que iluminam o meu coração
Vem ter comigo sua parte da amplidão
De minha parte, eu estou aqui...
(Chico César)

Parei genteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

Há dois meses parei de fumar.
Não pense que foi fácil, entrei para um programa do Governo, tomei remédios, colei adesivos de nicotina no corpo (parecia um álbum de figurinhas), tive crise de abstinência de tudo quanto e tipo.
Depois de tanto sofrimento, comecei a ver os benefícios de parar de fumar, minha pele melhorou muito, meu cabelo tá mais brilhoso, ganhei uns quilinhos (estava muito magra), entrei para a academia e comecei a chamar a atenção, não foi só eu que notei as mudanças, todo mundo notou.
Estou me sentindo muito bem, claro que às vezes tenho a sensação de que está faltando alguma coisa, quando lembro do meu companheiro de tantos anos me dá uma vontadezinha de pegar ele de novo. Mas não vale à pena, não vale mesmo.

18 de outubro de 2010

Crônica do Amor...

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a ...fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.


Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.


Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.


Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.


Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.


Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam.

Então? Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar
com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha.


Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.


Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca
gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais.


Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma
boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.


Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?


Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma
equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!,

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso.

Pedir é a maneira mais eficaz de merecer.


É a contingência maior de quem precisa.

2 de outubro de 2010

Borboletas

Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui para satisfazer as delas.

Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas se completam... Não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você.

O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

(Mário Quintana) 

13 de agosto de 2010

Brasileiro Reclama De Quê?

Brasileiro é assim:

1. - Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.

2. - Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.

3. - Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.

4. - Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.

5. - Fala no celular enquanto dirige.

6. -Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.

7. - Para em filas duplas, triplas em frente às escolas.

8. - Viola a lei do silêncio.

9. - Dirige após consumir bebida alcoólica.

10. - Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.

11. - Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.

12. - Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.

13. - Faz 
 " gato " de luz, de água e de tv a cabo.

14. - Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.

15. - Compra recibo para abater na declaração do imposto de
renda para pagar menos imposto.

16. - Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.

17. - Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10 pede nota fiscal de 20.

18. - Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.

19. - Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.

20. - Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se
fosse pouco rodado.

21. - Compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata.

22. - Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.

23. - Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.

24. - Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.

25. - Frequenta os caça-niqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.

26. - Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.

27. - Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.

28. - Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.

29. - Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.

30. - Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.

E quer que os políticos sejam honestos...

Escandaliza-se com a farra das passagens aéreas...

Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo ou não?
Brasileiro reclama de quê, afinal?

E é a mais pura verdade, isso que é o pior! 

"Fala-se tanto da necessidade deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores, educados, honestos, dignos, éticos, responsáveis para o nosso planeta, através dos nossos exemplos..." 
 
(Recebido por e-mail)

8 de agosto de 2010

Como Está sua Auto-Estima?

“Auto estima é a capacidade que uma pessoa tem de confiar em si própria, de se sentir capaz de poder enfrentar os desafios da vida, é saber expressar de forma adequada para si e para os outros as próprias necessidades e desejos, é ter amor próprio...”
(Olga Tessari – Psicóloga)

  Ter boa auto-estima parece simplesmente estar de bem com a vida, envolve muito mais que isso. É se ver como uma pessoa digna de ser amada e respeitada.
 
  Não ter medo das opiniões contrárias as suas. Não se preocupa em entrar em debate querendo impor sua opinião. Essas coisas não fazem parte da vida de quem tem boa auto-estima, sua filosofia de vida não depende de aprovação dos outros. A boa auto estima faz a pessoa brilhar só por existir, não precisa de subterfúgios para chamar a atenção dos outros.

  Baixa auto estima é quando este sentimento está abalado, destruído ou falido. Isso gera um monte de problemas que nem a própria pessoa percebe. Geralmente a pessoa com baixo auto estima tem tendência perfeccionista e que precisa se sentir no controle do que acontece a sua volta, o que provoca altos níveis de stress, sente-se vítima de tudo e de todos, preocupa-se demais com que os outros pensam dela, evitam emitir sua opinião, gostos, valores, pensamentos e principalmente os sentimentos, nessa tentativa de não se mostrar, acaba tornando-se uma pessoa mentirosa para si mesma e para os outros.

Bem, ninguém tem uma boa auto-estima tão alta e poucos tem uma baixa auto-estima com todos esses detalhes.

Invejar aquele corpo perfeito que as revistas impõem, achar que a grama do vizinho é mais verde, se desvalorizar por não ter conseguido “segurar” um amor, lamentar sempre os erros do passado, sentir-se menos por não ter os mesmos cursos ou faculdades que seus amigos, por não ter aquele carro, aquela casa. São coisas que levam uma pessoa baixar sua auto estima, é uma questão de se deixar arrastar. Todos tem opções, aceitar as coisas que a vida trouxe e lutar para que seja melhor ou viver à sombra dos outros.


Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu
Delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão

(Sonho Impossível - Maria Bethânia)

22 de julho de 2010

Fora do Convencional



Separação é sempre uma coisa traumática para todo mundo. Normalmente um dos lados não quer e torna a coisa mais difícil.

Não se sabe exatamente quando um casal começa a se separar, o processo vem em pequenas doses homeopáticas, imperceptíveis. Pequenas coisas do cotidiano que eram apenas coisas bobas vão se tornando insuportáveis, o incomodado não fala no começo e o que incomoda nem percebe. Nessa hora o afastamento é inevitável e toma-se uma proporção que não tem mais como consertar, já é tarde demais.

Começa a fase negra, os questionamentos, se vale à pena continuar ou não. Tendemos a colocar a culpa no outro pelo fracasso da relação e esquecemos de ver onde erramos.

A bomba estoura, o fim chega, cada um para seu lado, começa a fase do luto, das acusações, das cobranças. Mesmo que o tempo passe as mágoas continuam, assim como as acusações e as cobranças. O que se vê todos os dias, são ex-casais cobrando um ao outro o que foi ou não feito, enumerando os erros do outro e não querendo ver os seus, usando os filhos como arma.

Pessoas se separaram e ganham o título de ex- marido e ex-esposas e infelizmente se esquecem que não existe ex-filho, arrastam suas crias para essas rede de frustrações pessoais.

Quando me separei, ouvi um monte de baboseiras como tratar meu ex-marido, chegava a ser engraçado a forma que as pessoas queriam que eu me vingasse dele. Como assim me vingar? Nós dois tomamos a decisão juntos, depois de anos e uma série de sucessão de erros (normais) cometidos, decidimos juntos que ficaríamos melhor se não fossemos casados. Não foi questão de buscar a felicidade, não estávamos felizes e nem infelizes, estávamos simplesmente apagados ao lado do outro. É óbvio que tivemos nosso luto, nossos desentendimentos, algumas cobranças. Mas me recusei a ser fazer parte dessa gama de casais que ficam se odiando para o resto da vida. Sabia que não faria bem para mim e muito menos para minhas filhas.  

Nunca entendi por que as pessoas perdoam amigos, parentes ou até simples conhecidos e não conseguem perdoar o(a) companheiro(a). Afinal ele(a) é uma pessoa comum como todas as outras. Por que o(a) companheiro(a) não pode errar? Quem ditou essa regra? Quem disse que casais tem que se separar e só falarem só o essencial? Aquela frase, a vida dele(a) não me interessa. Ô meu Deus, me interessa sim, temos duas filhas. Tudo que eu faço é de uma certa maneira, da conta dele e vice-versa, cada um no seu contexto estamos unidos pelo bem das meninas.

A palavra ex-marido, deixou de existir, só é usada para explicar, normalmente o chamo pelo nome, para mim ele é uma pessoa não um ex. Isso também é motivo de confusão para as pessoas. Tenho uma amiga, que custou a perceber que ele era o pai das minhas filhas, ela pensava que eram duas pessoas diferentes, pelo fato de eu usar o nome e não ex.

Simplificamos as coisas, deixamos para trás as diferenças do casamentos e começamos um novo ciclo, construímos uma amizade sólida e verdadeira, contrário do que as pessoas estão acostumadas. Para nós, doze anos de casamento serviram para descobrirmos as pessoas que existem por trás da do amor de homem e mulher, coisa que não é comum, pois o amor não é cego? O nosso não foi.

Muitos não entendem, pensam que estamos fazendo tipo, que há alguma intenção por trás disso, criticam, invejam. Nós nos divertimos diante a reação das pessoas. Parece surreal mas é possível. É possível reformular o amor quando ele parece ter chegado ao fim.

Olha a gente no aniversário das nossas filhas.

20 de julho de 2010

A Árvore Dos Meus Amigos


  Para Adriana e Alexandre por me dizer sempre o que preciso ouvir, mesmo não querendo, Flávia por compartilhas as minhas loucuras, Jota por ter sempre uma frase de efeito na hora certa (geralmente do Filtro Solar), Marcelo por ter me aturado todos esses anos e ainda sim querer minha amizade, Tati por sermos amigas apesar das “diferenças”, Tathi Castelo por me ensinar tantas coisas.

Para minhas amigas virtuais Mônica, Diana e Juci.

Para Glaucia, Hipólito, Mônica, Elisa, Lurdinha e Sandra.

E para todos aqueles que me consideram uma amiga.




    Existem pessoas em nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples fato de terem cruzado o nosso caminho. Algumas percorrem ao nosso lado, vendo muitas luas passarem, mas outras apenas vemos entre um passo e outro. A todas elas chamamos de amigo. Há muitos tipos de amigos.

    Talvez cada folha de uma árvore caracterize um deles.

    O primeiro que nasce do broto é o amigo pai e o amigo mãe. Mostram o que é ter vida.

    Depois vem o amigo irmão, com quem dividimos o nosso espaço para que ele floresça como nós.

    Passamos a conhecer toda a família de folhas, a qual respeitamos e desejamos o bem.

    Mas o destino nos apresenta outros amigos, os quais não sabíamos que iam cruzar o nosso caminho. Muitos desses denominados amigos do peito, do coração. São sinceros, são verdadeiros. Sabem quando não estamos bem, sabem o que nos faz feliz...

    Mas também há aqueles amigos por um tempo, talvez umas férias ou mesmo um dia ou uma hora. Esses costumam colocar muitos sorrisos na nossa face, durante o tempo que estamos por perto.

    Falando em perto, não podemos esquecer dos amigos distantes. Aqueles que ficam nas pontas dos galhos, mas que quando o vento sopra, sempre aparecem novamente entre uma folha e outra.

    
    O tempo passa, o verão se vai, o outono se aproxima, e perdemos algumas de nossas folhas. 
 

    Algumas nascem num outro verão e outras permanecem por muitas estações.

    Mas o que nos deixa mais feliz é que as que caíram continuam por perto, continuam alimentando a nossa raiz com alegria. Lembranças de momentos maravilhosos enquanto cruzavam com o nosso caminho.
 

   Desejo a você, folha da minha árvore, Paz, Amor, Saúde, Sucesso, Prosperidade...




   Hoje e Sempre... Simplesmente por que: "Cada pessoa que passa  em nossa  vida é única. Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós.  Há os que levaram muito, mas não há os que não deixaram nada. Esta é a maior responsabilidade de nossa vida e a prova evidente de que duas almas não se encontram por acaso".

(Autor desconhecido)