Desde 1982 assisto aos Jogos da Copa do Mundo. 99,9% da população brasileira tinha certeza que aquela seleção ganharia a copa. Contrariando as probabilidades a Itália foi campeã naquele ano. De lá para cá os títulos foram divididos entre Argentina (1986), Alemanha (1990), Brasil (1994), França (1998), Brasil (2002) e Itália atual campeã.
Como em qualquer campeonato a Copa está cheia de probabilidades, dessas acima, só Brasil e Argentina mantém o favoritismo. Alemanha goleia Austrália mas perde para a Sérvia. França está com um pezinho fora da copa. Itália precisa ganhar o último jogo e ainda vai depender do outro resultado. Sem falar nas outras seleções que correm por fora. Algumas sem tradição e outras que andaram meio apagadas nas ultimas Copas. Nada é certo, nada está definido, nem na Copa nem na vida.
Estamos num eterno campeonato de futebol, convocamos nosso time, ensaiamos as jogadas e partimos para o jogo. Analisamos matematicamente nossas chances de ganhar a partida. Mas esquecemos que matemática é uma ciência exata, a vida não. Tem uma coisinha que cálculo nenhum chega a um resultado, o destino (tem gente que chama de karma, energia cósmica, vontade de Deus...), prefiro usar a palavra destino. É aquela coisa que costumamos definir como “já estava escrito, tinha que ser assim, não era para ser”.
Escolhemos o caminho onde a probabilidade nos favorece. Mas de novo, são só probabilidades, significa que de repente pode não ser assim. Essa pedra (destino) que aparece no caminho não pode ser chutada, é mais que isso, é uma rocha imóvel. Nessa hora é que o percurso precisa ser mudado.
Irritante né? Parecido com aquele ditado: Nadar, nadar e morrer na praia.
Complicada a vida. Não é não, nós que complicamos. Entender que nem tudo depende de nós, que as chances são positivas e negativas e por mais que se calcule, no final é 50% para cada lado. É bom ter um plano B caso alguma coisa saia errado, contar sempre com esses imprevistos normais da nossa jornada. Aceitar que cada ação terá uma reação.
Nem sempre o destino é cruel, nos dá rasteira, muitas vezes ele nos coloca como zebras de um campeonato e nos trás coisas boas, mas costumamos a lamentar só as ruins.
Planejar, desejar, sonhar é o que nos move, parar no meio do caminho não é saudável, nem para o corpo, nem para o coração.
Bom mesmo é só comemorar depois que o juiz apita o final do jogo.