Resumo

“A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida”

(Vinícius de Moraes)



Coloco aqui meus encontros e desencontros de conceitos, desejos, sonhos, princípios e pensamentos.

Não há em meus textos NENHUMA intenção política e religiosa.

Muito menos de ofender alguém.


9 de julho de 2010

A difícil e maravilhosa arte de ser mãe.


Poucas coisas na vida são tão compensadoras quanto ter filhos.

Quando estão sendo gerados imaginamos um milhão de coisas, coisas boas é claro, crianças lindas, educadíssimas, Q.I. de Einstein, saúde do Super Homem, sem falar naquele menino de um comercial que faziam um escândalo com a mãe no mercado para comprar brócolis, quem não quer um filho assim?

Nasce aquele lindo e rosado bebê, aí começa a correria, fraldas, mamadeiras, papinhas, choros não identificados, noites mal dormidas, banhos mal tomados, comidas largadas pela metade, sem falar que a vida a dois quase vai pelo ralo. E aquela visita que balança seu filho o dia todo e quando vai embora deixa o pepino para a gente? Bebês são lindos, mas ficamos loucos para essa fase passar logo.

O pimpolho começa a andar, Deus salve nossa coluna e mantenha nossa vista atenta para qualquer objeto que possa ser engolido.

Vem a época da fala, frases alienígenas que temos que decifrar.

Depois de um tempo, suas frases são bem entendidas e vem o maior problema, três palavrinhas que eles aprendem e que vão usar para o resto da vida, para nosso desespero, mãe, não e compra. Se ganhássemos R$ 0,10 para cada vez que escutássemos essas palavras estaríamos milionárias.

Vai tomar banho, escove seus dentes, arrume essa bagunça, não grite... Ou eles tem amnésia dos ensinamentos básicos ou são surdos.

Mesmo que sejam daltônicos começam a implicar com determinadas verduras ou legumes.

Qualquer brincadeira que fazemos na hora errada vira um ritual. Minha filha mais velha só saía do banho se fosse enrolada como uma múmia na toalha, levada para a cama e a toalha fosse puxada com força para ela rolar, se algum desse passo fosse pulado, ela voltava correndo para o banheiro. Imagina isso todos os dias durante uns meses às 6:00h, quando ela tinha que ir para escola e eu trabalhar?
Não satisfeita, tive outra filha que tem que se esconder todos os dias antes de tomar o banho para ir para a escola, tenho que fingir que não sei onde ela está, caso contrário há um ataque de nervos. Será que é genético, rituais antes da aula?

Adolescentes, melhor, aborrecentes. Ui, seu prazer maior é acabar com a paz da casa, vivem num eterno mau humor, as mães das amigas são maravilhosas, nós as chatas.

Passamos noites acordadas esperando eles chegarem das festinhas. Imaginação de mãe é f... Se eles não atendem o celular imaginamos, foi assaltado, queimado, esquartejado... Nunca pensamos que eles só estão querendo ficar de papo com os amigos, sem ter que atender o telefone de quinze em quinze minutos.

Tornamos-nos detetives de carteirinha, fuçamos

Da noite para o dia passamos de modernas para caretas. Sujeitamos-nos a deixá-los na esquina para não pagarem mico perante os colegas. Pior é a frase: Mas os pais de fulano(a) deixaram. Argh.  É irritante.

Com todo esse estresse é maravilhoso ver nosso  anjinho dormindo, achar linda a boquinha banguela, estar presente no primeiro dia de aula, rir das frases engraçadas, fazer festinhas de aniversários, escutar  “te amo mãe”.

O bebê vai crescer, vai formar família e ter seu próprio bebê. Vai começar a entender que não éramos tão más, tão caretas e tão chatas. Nesse dia colocaremos a cabeça no travesseiro e ter a sensação de dever cumprido.

A melhor parte é vê-lo passando por tudo isso de camarote e deseducando como toda avó faz.