Todo mundo gosta de um filme que tenha romance, pode ser um drama, comédia ou suspense, tendo um casalzinho apaixonado fica mais interessante.
É prazeroso ver o político rico e famoso correndo atrás da camareira (Encontro de Amor), o médico fugindo do altar para ficar com a organizadora de seu casamento (O Casamento dos Meus Sonhos), o soldado que troca de corpo para ficar com a amada de outro planeta (Avatar) e um casal que se conhece só por cartas trocadas e se apaixona (A Casa do Lago).
O problema é em como idealizamos essa outra metade, nossa imaginação tem um quê de surreal, queremos alguém bonito, inteligente, de ótimo humor, que gosta do que gostamos, educado, mais que perfeito na cama, o amor da nossa vida e principalmente que a recíproca seja a mesma. Coisa de filme mesmo.
Essa busca é constante, cansativa e dolorosa. Na verdade nunca encontramos esse ser divino, apenas nos iludimos quando alguém chega perto dessa perfeição.
Procurar somente as qualidades nos impede de superar as diferenças, aceitar os defeitos normais de todo ser humano.
A aceitação permite que o amor flua normalmente. Não idealizar o que quer do outro evita decepções, frustrações e mágoas.
Entender que o outro não é um presente dos deuses do Olimpo, é ver que todos nós somos suscetíveis a erros, deslizes, pequenas maldades e traições.
Viver um amor de filme até dá, mas sempre abrindo a porta para a realidade que bate todos os dias. Com o tempo o coração não se surpreende mais com as coisas que não são tão boas, ele se estabiliza e sofre menos com altos e baixos. Quando esse patamar é alcançado, teremos o final feliz do filme.